ARTIGOS
DESENVOLVIMENTISMO
Apicultura
Há
20 anos, mais precisamente nos dias 21 e 22 de fevereiro de 1987, a Prefeitura
Municipal, a Câmara Municipal, o Lions Clube e entidades de classe
mombacenses promoveram o “I Seminário de Alternativas para
o Desenvolvimento de Mombaça”.
O seminário
tinha como objetivos promover a discussão sobre os principais problemas
do município, identificar alternativas de crescimento municipal,
elaborar propostas de desenvolvimento de Mombaça e congregar as
forças políticas locais na luta por estes objetivos.
O seminário
foi organizado e coordenado por um grupo de mombacenses residentes em
Fortaleza e por membros de entidades de Mombaça, tendo como participantes
representantes dos diversos segmentos da sociedade local, compreendendo:
políticos, comerciantes, industriais, agricultores, comerciários,
bancários, educadores, estudantes, igreja e sindicatos, entre outros.
Os participantes foram
dividos em 04 (quatro) grupos de estudo, coordenados por 01 (um) presidente
e 01 (um) relator, escolhido entre os seus componentes, que identificaram
e relacionaram os principais problemas de cada área e proporam
soluções para os problemas detectados.
Os grupos de estudo,
a saber, foram os seguintes: Grupo I – Atividades Agropecuárias
(agricultura e pecuária); Grupo II – Atividades Industriais
e Comerciais (indústria e comércio); Grupo III – Atividades
de Ação Social e Cultural (educação, saúde,
promoção social, segurança e lazer); Grupo IV –
Atividades de Serviço Público (transporte, energia elétrica,
saneamento e comunicações).
O evento que mobilizou
a sociedade mombacense foi aberto e encerrado pelo então prefeito
municipal de Mombaça Dr. José Valdomiro Távora de
Castro e além dos grupos de estudo que apresentaram os seus relatórios
na sessão plenária, os quais foram consolidados em um documento
geral, ocorreram as palestras do Dr. Francisco Castelo de Castro (à
época vice-governador do Estado do Ceará) e do médico
dermatologista Dr. João Castelo Martins, ambos já falecidos.
Decorridos 20 anos
da realização do seminário, por sinal uma excelente
iniciativa que propôs boas alternativas para o desenvolvimento de
Mombaça, chegamos à conclusão que pouco mudou neste
período: alguns avanços pontuais em determinados setores
como as comunicações e a eletrificação (através
da eletrificação rural que atingiu as mais longínquas
comunidades do território mombacense). Em contrapartida ocorreu
retrocesso e estagnação em diversos outros setores, por
exemplo, podemos citar: a agricultura (com a falência da cultura
algodoeira, a principal fonte de riqueza do sertão cearense até
meados da década de 80 do século passado e conhecida como
o “ouro branco” da economia cearense, que aos poucos vem sendo
substituída pela produção de mel de abelha e com
o incentivo do cultivo da mamona para a produção de óleo
combustível) e a indústria (nos últimos 20 anos verificamos
o encerramento das atividades industriais das empresas Evangelista Oliveira,
Jaisa e Indústria e Comércio Maciel Barreto que eram responsáveis
pelo beneficiamento de algodão em pluma, extração
de óleo de caroço de algodão e beneficiamento do
respectivo farelo, subproduto mais conhecido como torta e utilizado na
complementação de ração animal; as indústrias
Alencarina, Canaan e Cangati produtoras de aguardente de cana de açúcar,
além da “Doce Glória” que produzia doces de
banana e goiaba).
Se faz necessária
uma retomada do crescimento econômico com a implementação
de políticas públicas que proporcionem um desenvolvimento
sustentável com a geração de emprego e renda. E para
isso é importante a participação popular como co-gestora
da administração pública municipal: fiscalizando,
sugerindo e reivindicando, ou seja, fazendo valer a sua cidadania.
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