ARTIGOS
PERDAS E DANOS
Resiliência: capacidade de quem se adapta às intempéries, às alterações ou aos infortúnios.
Na noite do último dia 12 de julho, tomei conhecimento do falecimento de Jansen Freire Alenquer, um veterano propagandista aposentado da indústria farmacêutica, que conheci na “pelada” de sábado à tarde promovida pelo SINPROVENCE (Sindicato dos Empregados Vendedores e Viajantes do Comércio, Propagandistas, Propagandistas-Vendedores de Produtos Farmacêuticos no Estado do Ceará) no campo de futebol society, do restaurante Alpendre da Villa, no bairro Vila União, em Fortaleza.
Frequentávamos aquele ambiente, eu, como “peladeiro”; o Jansen, como “assistente”; num clima de confraternização entre amigos e colegas do mercado farmacêutico. Que Deus o acolha e conforte seus familiares neste momento de dor.
A memória aflorou e, entre lágrimas (chorar, também, faz bem), escrevi algumas linhas a respeito de um fato ocorrido no ano de 2005.
Naquele ano fui aprovado para o curso de Direito, no vestibular das faculdades Christus (atualmente denominada de Centro Universitário Christus - UniChristus) e Farias Brito (atualmente denominada de Centro Universitário Farias Brito - FB UNI), tendo optado pelo ingresso na segunda.
Apesar das dificuldades impostas por minha atividade profissional, além de Fortaleza, trabalhava em semanas alternadas nas cidades de Teresina e Belém com a linha oftalmológica da Merck Sharp & Dohme (MSD), iniciei o curso de Direito no 1º semestre daquele ano.
Porém, um incidente ocorrido numa daquelas “peladas” de sábado à tarde, no Alpendre da Villa, mudaria o curso da minha vida.
No final da tarde do dia 14 de maio sofri uma “fratura do maléolo lateral do tornozelo esquerdo”, me submetendo a uma cirurgia no dia posterior para a “fixação do material de síntese” (placa e parafusos), no Hospital Uniclinic, pelas mãos do médico ortopedista e traumatologista Dr. João Ricardo Andrade de Alencar.
Um afastamento das atividades laborais, a partir do dia 16 de maio, por um período de 60 (sessenta) dias, se estenderia por 150 (cento e cinquenta) dias. Após o período de inatividade e o retorno ao trabalho, não retomei o curso de Direito, da Faculdade Farias Brito, movido não só pelo longo período de “recesso forçado”, mas, também, pelas viagens a trabalho que proporcionavam ausências frequentes da sala de aula.
O período de ociosidade fez ressurgir em mim uma paixão que estava adormecida: o gosto pela História da minha terra natal, Mombaça. Ensinou-me, também, a conviver com adversidades, a ser resiliente e a transformar perdas e danos em um constante aprendizado.
(Publicado
no jornal ,
Ano XLI, nº 204, Agosto/2018).
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