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MDB E O ANTIGO PSD: IRMÃOS SIAMESES

Cartaz de propaganda da campanha eleitoral de 1982 e uma réplica.
Não, não sou pré-candidato a vereador nas eleições municipais de 2020. Também nunca fui filiado a partido político.
Nas eleições municipais realizadas em 15 de novembro de 1982, meu saudoso pai, Etevaldo Lima Cruz (1935-2010), que nunca foi político, nem exerceu cargo eletivo, foi candidato a vereador da Câmara Municipal de Mombaça, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), para compor o número mínimo de candidatos ao legislativo municipal mombacense exigido pela legislação eleitoral, tendo obtido 84 votos.
O interessante é que a legislação eleitoral vigente permitiu que meu pai, que era o tesoureiro da Prefeitura Municipal de Mombaça, na gestão do prefeito municipal Walderez Diniz Vieira, no período de 1977 a 1983, fosse candidato a um cargo eletivo, sem ter a necessidade de desincompatibilizar da função exercida no executivo municipal.
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de Mombaça, tem origens no antigo Partido Social Democrático (PSD), fundado em 17 de julho de 1945 pelos interventores nomeados por Getúlio Vargas (1882-1954) no Estado Novo e extinto em 27 de outubro de 1965, como os demais partidos políticos em funcionamento, pelo Ato Institucional nº 2. Segundo Lúcia Hipólito, o PSD era um partido político de âmbito nacional "voltado para as posições de centro, o entendimento e o pragmatismo, para o realismo político, enfim".
Com a extinção do sistema multipartidário, o advento do bipartidarismo e a criação da Aliança Renovadora Nacional (Arena) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), os antigos pessedistas mombacenses, sob a liderança de Francisco Martins de Melo Sobrinho (1896-1982), o "coronel" Chico Martins, ex-prefeito municipal de Mombaça nos períodos de 1935-1936 e de 1937-1939, de Francisco Castelo de Castro (1922-1990) e de Antônio Paes de Andrade (1927-2015), que despontavam nos cenários políticos estadual e nacional, ingressaram nas fileiras do MDB.
Mesmo sem ter filiação partidária, me mantive, assim como meu saudoso pai, ao longo dos anos, com uma posição político-partidária alinhada com o pessedismo e o emedebismo mombacenses. Um "ponto de equilíbrio" nas questões de relevantes interesses públicos locais e nacionais.
(Publicado
no jornal ,
Ano XLV, nº 228, Agosto/2020).
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